Sexta manhã.
( Poema ao acordar indeciso entre a prosa ou verso. )E novamente acordo para um novo dia...
Absorto aos pedaços de sonhos da noite,
Cacos de imaginação inerte,
Organizo ideias e faço um esquema de vida.
Inspiro fundo a manhã, estico a alma.
Sento-me na cama, não me ponho logo de pé: faço como o sol, que sobe devagar, mestre do procrastinar na habilidade de tomar o sabor do céu...
Observo as fatias de sol que se atrevem pelo estor. Viro-lhes a cara, não quero nada com elas.
Olho para os lençóis desfeitos da noite. Foram muitas as voltas que o sono deu, como uma criança a rebolar na areia depois do seu primeiro banho no mar.
Levanto-me. Abro a persiana. Com a calma sagrada que os rituais sacerdóticos exigem. Devagar... um terço, dois terços, e toda. Com ela, abro um olho, dois olhos, a alma.
Vou à janela...
Faço frente ao tempo.
Acordei. Absorvo a luz.
O dia tá bonito, pede-me vida.
( Não sei se dou. )
O sol que seja o pai do dia e a mãe de sempre,
E lhe encha o sangue do alento bizarro
Dos predadores errantes ciosos dos filhos.
Eu não sou pai de ninguém.
Não tenho nada para dar, a não ser o sopro dourado dos raios da manhã, brilho oculto de nuvens perdidas e os anjos alheios que dormem nelas .
Sim, acordei.
O dia é longo, e não quero ir sózinho.
Dás-me a mão?
( O melhor é ir para a praia... )
2 Comments:
A praia...é com ela que falo sobre tudo, acreditas que é a única que me entende?Mas ela diz-me que não me atura sózinha, que o mar e os astros lua e sol ajudam-na a entender-me, quando me quero e quando não me quero...que ela serve apenas de cadeira/assento dos meus lunáticos pensamentos e das minhas radiosas ideias...o mar segura-me o desvario,segura-me de não me perder...posso dar-te a mão?
Cá está a "nossa" viagem.. linda sem dúvida.. apesar de não a termos feito de mãos dadas não estiveste só :)
Beijinhu
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